História

PADRE JOÃO DO MONTE MEDEIROS
O FUNDADOR
Padre João do Monte Medeiros nasceu em 08 de Agosto de 1730, em São Caetano de Mariana, foi o quarto filho de Alferes João do Monte Medeiros e Dona Maria da Costa Camargo. Estudou em Mariana, tendo ingressado no seminário em 1763 em condições de se ordenar. Entretanto por grave doença do bispo da cidade, foi ordenado presbítero em São Paulo , em 28 de Outubro de 1763 , pelas mãos do Dom Frei Antônio da Madre de Deus.  Fundador de nossa cidade chegou à região possivelmente no ano de 1763, depois de ter sido ordenado padre, para ocupar uma sesmaria situada pelas terras banhadas pelo ribeirão TAVOAÇU, hoje VAU-AÇU, e que fora doada pela carta de 30 de junho de 1756. Documentos indicam que , em abril de 1768 , o padre já havia instalado a fazenda do Vau-Açu, dotando-a de uma “casa sede”, uma senzala, um depósito e um curral de porcos.  Sabe-se que possuía gênio forte e indômito que herdara do seu pai. Ele era o tipo de pessoa que respondia as pessoas “ao pé da letra”, com dignidade e respeito, mas sempre utilizando a franquesa, arguindo personalidade feita e caráter de boa têmpora. Há notícias de que ele administrava suas terras com muita fibra e energia, chegando muitas vezes a empunhar uma ferramenta, trabalhando na terra com ela o dia todo a fim de ensinar um escravo ou empregado a trabalhar de maneira correta. 
Não se sabe da data correta da morte de Medeiros. Quando seu irmão, Sebastião do Monte, faleceu em 1789, o padre já havia morrido nessa data, mas não se sabe onde foram sepultados seus restos mortais, se sob o altar da capela de Ponte Nova, ou em algum cemitério da fazenda do córrego das almas.
A PRIMEIRA CAPELA É ERGUIDA 
Foi construída imediatamente após o Padre João de o Monte Medeiros receber autorização eclesiástica em seis de julho de 1770. Em menos de seis meses a capela já estava erguida. Os recursos vieram do próprio erário do Padre, que utilizou uma soma significativa de dinheiro para a construção da capela. Localizada no mesmo lugar onde se encontra a atual Igreja Matriz de São Sebastião, a escolha do local da capela não se deu por acaso:
 No alto de um espigão, que servia de limite para as terras do padre, tudo se avistava então: o caminho para Mariana, as colinas em volta, o Rio Piranga serpenteado pelo vale, a pequenina ponte de madeira, etc.. 
Em Dezembro de 1770 a capela já estava pronta, sendo constituído seu padroeiro, por concessão episcopal, o próprio padre Medeiros, e para seu orago, São Sebastião, que seria uma provável homenagem de Medeiros ao seu irmão Sebastião do Monte, a quem o padre devia uma grande parte do patrimônio. Para construir o patrimônio canônico da capela de São Sebastião e almas de Ponte Nova, o padre Monte doou parte de suas terras, em 15 de Dezembro de 1770. No século XVIII, um grupo de índios Aimorés atacou o então povoado, fazendo algumas vítimas e incendiando três casas e a capela original. Coube então ao padre Francisco Soares de Araújo a reforma do templo.   

A SEGUNDA EDIFICAÇÃO
O segundo templo foi construído pelo Padre José Miguel Martins Chaves em 1860. 
Padre José Miguel Martins Chaves era natural de Ponte Nova, Em 1818 a Arquidiocese de Mariana estava Vacante, porque Dom Frei Cipriano de São José havia falecido. Por isso o Padre José Miguel foi ordenado em São Paulo no dia 18 de abril de 1818 e foi vigário colado de sua terra desde Janeiro de 1837. Em 1915 o templo foi parcialmente destruído por um incêndio.


A ELEVAÇÃO DE PARÓQUIA
Ponte Nova já com um núcleo de população em torno desmembrou-se da Freguesia de Furquim, e foi elevada a condição de Freguesia pelo decreto da regência de 14 de Julho de 1832.  Furquim já era Paróquia em 1706, e orgulha – se de tua antiga capela oficial de São Sebastião em Ponte Nova.   O primeiro vigário da freguesia de São Sebastião em Ponte Nova foi o Padre João José de Carvalho, simples encomendado, ele era natural de Antonio Pereira, comarca de Mariana.  Vigários colados existiram apenas dois: o Padre José Miguel Martins Chaves, natural da mesma Ponte Nova, e o Padre João Paulo Maria de Brito, nascido em Ouro Preto.
A TERCEIRA EDIFICAÇÃO DA MATRIZ
Finalmente, o Padre José Maria Parreira Lara que tomou posse desta Freguesia de São Sebastião no dia 22 de agosto de 1915, e que logo mais tarde se tornou o primeiro Bispo para Diocese de Santos e segundo bispo para a Diocese de Caratinga. 
E também o seu sucessor, o Cônego Antonio Carlos Rodrigues, que tomou posse desta Freguesia de São Sebastião em oito de abril de 1923 construíram este magnífico templo gótico de São Sebastião, que foi Solenemente consagrado no dia 26 de Abril de 1926 por Dom Helvécio Gomes de Oliveira.  A terceira edificação da Matriz de São Sebastião foi por iniciativa do Padre José Maria Parreira Lara, que desejava construir um templo maior e mais moderno. 
Pelo fato do Padre José Maria Parreira Lara se tornar o 1º bispo para Diocese de Santos, o Cônego Antonio Carlos Rodrigues deu continuidade às obras de construção da nova igreja Matriz.

CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO DA
NOVA MATRIZ DE SÃO SEBASTIÃO

A cerimônia de consagração da nova igreja matriz de São Sebastião e almas de Ponte Nova ocorreu em 26 de abril de 1926 de 9 horas da manhã até o meio dia. Para a consagração, contou com a presença de várias pessoas e testemunhas, padres da região e da cidade, representantes do Colégio Normal de Nossa Senhora Auxiliadora, a Irmandade do Hospital Nossa Senhora das Dores, Dom Parreira Lara que já tinha sido pároco de Ponte Nova e atuava como bispo da Diocese de Santos, ministros de estado e uma multidão imensa de fieis que vieram participar da solenidade. 
Foi feita a sagração da matriz de São Sebastião, de acordo com o ritual romano pela forma seguinte: 
Às nove horas da manhã, do dia 26 de abril de 1926, o arcebispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira de mitra e báculo saiu da casa paroquial. Depois de iniciado, Dom Helvécio, debaixo do pálio conduzido pelas autoridades da comarca e ladeado por oito sacerdotes também paramentados se conduziram para a porta principal que no momento se encontrava fechada. Depois de orações e palmas de todos os fieis, foi feita a aspersão das paredes externas ao redor da matriz, sendo após aberta a porta principal passando por ela sua excelência Dom Helvécio Gomes fazendo a benção e sagração do interior.   E em seguida aconteceu à sagração do altar – mor, que vindos eles de novo em procissão da casa junto com Dom Helvécio levando ali as santas relíquias que foram depositadas no altar – mor desta igreja, terminando a sagração às doze horas. Em seguida foi celebrada a primeira missa solene por sua excelência Dom José Maria Parreira Lara assistido por todos. Terminada a missa, o Padre José Fernandes subiu ao púlpito pregando sermão referente ao ato realizado, e terminado o sermão foi organizada uma procissão com o cerimonial – da matriz para a casa paroquial.
O MARCO DO BICENTENÁRIO - 1970

Em 15 de Dezembro do ano de 1770, no cartório da cidade de Mariana, foi lavrada a escritura de doação, especificando o direito de padroado da capela do próprio doador. Pelo decreto número 739, o prefeito municipal João Batista Vigiano, determina que seja considerado dia de festa o dia 15 de Dezembro de 1970 , quando se comemora o bi- centenário da fundação de Ponte Nova , prestando destaque, uma homenagem cívica religiosa ao sacerdote fundador o Padre João do Monte Medeiros. Foi uma data tão grandiosa e que merecia ser celebrada.  Foi promovida pelo governo municipal que convidou especialmente para orador oficial da solenidade o Arcebispo de Mariana Dom Oscar de Oliveira, e o chefe do governo. No dia da solenidade o chefe do governo não pode comparecer. 
Um poeta pontenovense contemplando o “marco” escreveu um soneto que monsenhor Rafael Faraci transcrevera. 
O MARCO DO BICENTENÁRIO 

Terra, esta, de históricos cercamos
Naquele tempo aventuroso e sério
Tesouros de despojos soberanos
Ficava atrás da igreja o cemitério.

Cívico marco de 200 anos
Em plena praça há algo tão funéreo
Pontenovences, gregos e troianos
Boquiabertos no grande despautério!

E em pasmos e sustos os maiores nossos
Do fundador, olhai, ó povo incréu
Para onde transladaram seus ossos.

Agora, agora, da matriz defronte,
Artístico e sobretudo mausoléu
Guarda os restos do Padre João do Monte.
NOTA – Certamente o autor desse soneto imaginava que os restos mortais do Padre João estavam dentro da igreja de São Sebastião. Mas como foi dito anteriormente não se sabe onde foram depositados seus restos mortais, se sob o altar da capela de São Sebastião, ou em algum cemitério da fazenda do Córrego das Almas.   
  

CONTINUA...

Um comentário:

  1. Seria interessante ter o nome de todos os Padres - Párocos, que atuaram na Igreja Matriz de São Sebastião. Desde o Padre João do Monte de Medeiros, até chegar no atual, que é o Padre José Afonso.

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