Mais um ano vai se iniciando e,
logo neste início, entramos no Ciclo Pascal da Liturgia, nos preparando,
através do Tempo Quaresmal, para as festas da Páscoa do Senhor. Tempo de
aprofundarmos nossa fé através da penitência, do jejum, da caridade e da
oração. Tempo de conversão, pessoal e social, em que somos chamados a acolher o
apelo do Senhor: “O tempo se cumpriu! Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc
1, 15). Atendendo a este apelo, como mestra e mãe que conduz os fiéis a um
maior aproveitamento deste tempo forte, a Igreja nos propõe uma série de
atividades e celebrações. Uma destas atividades é a já conhecida de todos nós,
Campanha da Fraternidade (CF), criada pela Igreja no Brasil, em 1964, visando
chamar os fiéis a uma maior reflexão e oração sobre temas que envolvem nossa
vida. Durante estes 50 anos de história muitas coisas boas foram realizadas e a
CF já abordou temas eclesiais, sociais e antropológicos, ultimamente nos
chamando a atenção sobre grandes desafios sociais de nosso país.
Em 2014, o
tema abordado pela CF é Fraternidade e
Tráfico humano e o lema: É para a
liberdade que Cristo nos libertou. (Gl
5,1). Apesar de parecer uma realidade muito distante de nós, o tráfico
de pessoas humanas no mundo e em nosso país apresenta números alarmantes e
pede, de toda a Igreja, uma palavra profética, de denúncia e de solidariedade. A
Organização Internacional do Trabalho (OIT) atenta para o aumento de vítimas do
tráfico humano, do trabalho forçado e do tráfico para a exploração sexual. De
acordo com o site da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, o tráfico
de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas por ano, incluindo homens,
mulheres e crianças, mas principalmente pessoas vulneráveis e carentes – psicologicamente
e de recursos.
Que a CF 2014
nos ajude a nos conscientizarmos sobre este grave problema de nossa sociedade e
nos converta para a solidariedade para com as vítimas do tráfico humano e da
exploração, ajudando nossa sociedade a vencer tão grande mal, anunciando a
todos que: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou”!
(Pe. Leandro Ferreira
Neves)
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