BRASILEIRAS ESTÃO ENTRE AS MAIORES
VÍTIMAS DE TRÁFICO HUMANO NA EUROPA
Primeiro informe feito pela União Européia aponta
que trafico é “a escravidão de nossos
tempos”
GENEBRA - Elas
são verdadeiras escravas numa das sociedades mais desenvolvidas do mundo. O
primeiro levantamento publicado pela União Européia sobre o
tráfico de seres humanos em todo o continente constata que as
brasileiras estão entre as três nacionalidades mais frequentemente alvo de
tráfico, perdendo apenas para nigerianas e chinesas. Os dados revelam uma
dimensão até hoje desconhecida, com mais de duas mil mulheres estrangeiras
identificadas a cada ano no continente europeu, vítimas do tráfico e muitas
delas trabalhando como escravas modernas.
Se o levantamento é o primeiro a ser publicado pela Europa
com os dados de todos os 28 países, o informe traz informações apenas até
2011. Ainda assim, o documento revela que o padrão é constante e que, na
realidade, o número de vítimas apenas aumenta.
Entre 2008 e 2010, um total de 330
brasileiras foram identificadas como vítimas do tráfico de pessoas, em
redes que hoje movimentam mais dinheiro que o tráfico de armas. O número foi
coletado a partir da cooperação entre as polícias dos 28 estados do bloco e
revelam que as brasileiras representam cerca de 15% de todas as vítimas
estrangeiras de tráfico de seres humanos no bloco.
Em 2009, por exemplo, o Brasil ocupou a segunda colocação entre
as nacionalidades que foram vítimas do maior número de casos de tráfico, com
151 pessoas envolvidas. A UE deixa claro que essas foram apenas as
pessoas identificadas e que, na prática, o número total pode ser bem superior.
“As vítimas são frequentemente recrutadas,
transportadas ou mantidas por força em condições de exploração e fraude,
incluindo exploração sexual, trabalhos forçados, atividades criminais e remoção
de órgão”, apontou a UE.
Ainda que a Europa não disponha ainda dos números
para 2011, 2012 e 2013, os autores do informe estimam que pouco teria mudado
desde então. No total, a Europa estima que mais de 7,5 mil pessoas são vítimas
do tráfico a cada ano, incluindo mulheres do próprio bloco, como romenas e
búlgaras. Entre 2008 e 2010, a constatação é de que o fenômeno ganhou força,
com um aumento de 18% no número de casos.
Segundo o levantamento, 62% dos casos
identificados estavam relacionados com exploração sexual, contra 25%
de casos de trabalho forçado.
Criminosos - Os
dados também apontam que muitas das redes de tráfico de mulheres que operam na
Europa são compostas por brasileiros. Em 2010, por exemplo, 94 brasileiros
foram identificados como membros de grupos criminosos, um número que
só foi superado pelos nigerianos atuando no ramo, com mais de 107
casos.
Em três anos, 151 brasileiros foram identificados
pelas polícias européias como fazendo parte da rede de criminosos
responsáveis pelo tráfico de seres humanos. Em 2010, a Europa levou à Justiça
mais de 1,2 mil pessoas por conta desse crime.
Fonte:http://traficodepessoas.org/site/2014/02/25/brasileiras-estao-entre-as-maiores-vitimas-de-trafico-de-seres-humanos-na-europa/#sthash.BuGp2LfQ.dpuf
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