quarta-feira, 18 de junho de 2014

Corpus Christi: “a Eucaristia faz a Igreja e a Igreja, Corpo de Cristo, faz a Eucaristia” (1Cor 12, 12-31)

A Eucaristia é a Ceia do Senhor. Ela nasce na última Ceia Pascal de Jesus com seus discípulos. Celebrando, como todos os judeus, a festa anual da Páscoa, memorial da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, Jesus toma o pão e o cálice com vinho e os entrega como sinais de seu Corpo e Sangue anunciando, desse modo, a sua doação já próxima na cruz. Ao final da Ceia de Páscoa, pede que seus discípulos continuem a tornar presente aquele gesto: “Fazei isto em memória de mim!” (Lc 22,19). Assim a Igreja, desde o seu início, sempre atualiza a doação do Cristo na cruz, através da Ceia Eucarística, até o dia em que novamente celebrará com Ele o banquete no Reino de Deus (Lc 22,16).

A Eucaristia é também Sacramento do sacrifício. Em cada celebração da Missa, Jesus novamente se sacrifica, ou seja, se oferece por nós ao Pai, como oferenda santa e agradável, tornando atual a sua entrega na cruz. A Eucaristia é, ainda, festa da comunhão com Deus e com os irmãos. Em cada celebração Eucarística entramos em profunda união com o Senhor que nos oferece sua vida (Corpo e Sangue). Ao recebermos a Eucaristia, nós experimentamos a intimidade com Jesus e vamos nos transformando Nele. Entramos também em profunda união com nossos irmãos e irmãs, que se sentam conosco ao redor da mesma mesa, com o mesmo objetivo, convidados pelo mesmo Senhor, e nos alimentamos do mesmo pão e do mesmo cálice.

Assim, em cada celebração da Eucaristia manifestamos aquilo que é a Igreja: reunião dos filhos e filhas de Deus, Corpo de Cristo, Comunidade de amor, onde não pode acontecer divisões e diferenças, pois formamos com Cristo e entre nós um só corpo. Pela Eucaristia nós somos a Igreja de Cristo.

A cada Eucaristia nos comprometemos a viver e prolongar esta comunhão no dia a dia de nossa vida. Devemos lutar contra as divisões que existem entre nós, de forma especial dentro da própria comunidade em que participamos da Ceia do Senhor. Não deve haver, entre os que celebram a Eucaristia, privilégios, autoritarismo, busca de poder.

É preciso levar a sério o pedido que fazemos na Oração Eucarística III e que talvez passe despercebido entre nós: “que sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo, um só corpo e um só espírito”.          
                                                                                    
 Pe Bráulio Sérgio Mendes

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